Quando pensamos em karma, quase sempre pensamos nas dificuldades ou problemas de relacionamento que enfrentamos na vida. Mas o karma tem um significado muito mais amplo e pode ser expresso de diferentes maneiras. Existem vários tipos diferentes de karma.
“O reconhecimento é o primeiro passo para a cura.” diz o ditado.
Qual é o seu carma? Continue lendo para aprender a identificar.
Esse tipo de karma é o mais fácil de entender, pois o vivenciamos com mais intensidade. O carma individual é o resultado de nossas próprias decisões e ações, pois moldam o caminho que percorremos.
No caso do karma individual, o próprio indivíduo atrai certas situações como resultado de suas próprias ações.
O karma individual está completamente relacionado com a nossa vida pessoal, caráter e emoções, e especialmente como nos relacionamos uns com os outros e como expressamos a nossa personalidade e sentimentos.
O karma individual está quase sempre ligado à encarnação atual, por exemplo, se alguém fuma e tem câncer como resultado. Isso não está incluído na “programação” cármica, embora a pessoa possa carregar a tendência de uma vida anterior.
Mas então a pessoa escolhe por livre e espontânea vontade continuar com esse hábito prejudicial, e as consequências disso para a saúde podem até encurtar sua vida.
O carma familiar também é muito fácil de identificar. Isso é típico de famílias onde os conflitos e batalhas emocionais são comuns e onde, apesar dos laços construídos pelo amor, a paz e a harmonia não podem prevalecer.
As pessoas que estão ao nosso lado em nossa família fazem parte de uma escolha espiritual, pois o espírito tem que aprender e guardar algo nesta encarnação.
Quanto mais conflito houver, maior a possibilidade de cura e desenvolvimento. A família é o núcleo de cura mais intenso em nossas vidas. Por meio do carma familiar, certos padrões podem ser transmitidos de geração em geração, de modo que o carma familiar tem uma natureza mais coletiva.
Assim, muitas vezes observa-se que certos padrões comportamentais ou emocionais se repetem em uma família até que sejam vistos, aceitos e curados. Este pode ser o caso, por exemplo, se “todos os homens de uma família são gananciosos” ou se “todas as mulheres da família morrem jovens”.
Esse tipo de carma carrega muitas crenças, emoções e comportamentos que os pais passam para os filhos, e só termina quando alguém interrompe o processo e, ao invés de aceitar esse fardo, o deixa ir.
Isso pode se aplicar na vida empresarial, está relacionado ao comportamento dos fundadores de um negócio, que pode levar o negócio a determinados caminhos específicos.
O relacionamento entre parceiros pode destruir ou elevar e tornar um negócio bem-sucedido.
Nesse caso, a totalidade da visão de mundo dos sócios molda o karma empresarial. Como exemplo, podemos citar a seguinte situação: se dois sócios têm medo de arriscar e investir, eles mesmos criam os entraves que impedem a expansão da empresa.
O carma de relacionamento pode até estar relacionado a vidas passadas, mas neste caso é considerado carma de outra vida e não carma de relacionamento.
O karma relacional é gerado pela aquisição de crenças (quase sempre negativas) sobre relacionamentos, ou seja, pela projeção de experiências não tão positivas.
Essas vivências podem ser individuais, ou seja, as vivências da própria pessoa, ou aquelas que tivemos oportunidade de observar mais de perto no caso dos nossos familiares.
Por exemplo, uma menina que cresce vendo seu pai trair sua mãe aprende com o comportamento de seu pai e o sofrimento de sua mãe que o amor e o casamento são coisas dolorosas e que todos os homens são trapaceiros.
Essa pessoa atrai inconscientemente parceiros que confirmam essa crença e sempre será vítima de traição e engano. O carma de relacionamento também pode ser visto em relacionamentos abusivos.
Se uma menina foi abusada por sua mãe, ela assimila essa dinâmica de relacionamento e, sem ter consciência disso, se envolve em relacionamentos em que os homens a tratam de maneira semelhante.
Neste caso, estamos falando de carma relacionado a problemas de saúde hereditários, como o mal de Parkinson ou o mal de Alzheimer. Essas doenças quase nunca estão relacionadas a escolhas de estilo de vida, e a pessoa tem pouco ou nenhum controle sobre elas.
Ao mesmo tempo, o karma da doença também pode ser entendido como a manifestação física de certos padrões mentais que fazem com que o corpo adoeça, saindo do espaço da hereditariedade e entrando na esfera individual.
O karma de vidas anteriores causa a maior dificuldade em nossa encarnação atual. São consequências graves de erros do passado que costumam limitar nossa liberdade e podem causar muito sofrimento.
No entanto, é importante saber que o karma não é um castigo ou compulsão, mas sim uma forma de penitência, com a qual a alma pode se desenvolver.
Por exemplo, se uma mãe abandonou seu filho em uma vida anterior, ela pode receber o mesmo tratamento da mãe em sua encarnação atual. Também é possível que o carma individual se torne o carma de uma vida anterior na próxima encarnação.
Tomemos por exemplo a história de um fumante que morre de câncer de pulmão devido ao seu vício. É possível que essa escolha também afete a próxima vida e a criança nasça com problemas respiratórios, como asma.
O karma coletivo é o karma associado a um determinado grupo social ou nação que resulta da soma de comportamentos individuais. No caso de grupos sociais, um exemplo de karma coletivo pode ser, digamos, um acidente de avião ou um desastre natural, onde todo um grupo de pessoas pode morrer em questão de segundos.
As pessoas que perderam a vida dessa maneira eram parentes umas das outras e não é por acaso que estavam todas no mesmo lugar quando ocorreu o desastre.
Este é o tipo de carma menos conhecido e estudado, embora seja extremamente importante para compreendermos a natureza do mundo que nos rodeia. Pois é precisamente por isso que este mundo é do jeito que é, e o que o torna um “planeta de penitência”.
Para entender esse conceito, basta pensarmos que existem enormes diferenças no padrão de consciência presente no planeta: no mesmo lugar onde estiveram os santos, viraram também pessoas terríveis, responsáveis por muito derramamento de sangue e sofrimento.
O mundo é basicamente tornado ruim pelo carma geral das pessoas que vivem nele. O karma de um planeta é o rumo que a vida nele segue, de acordo com as decisões dos líderes que governam o mundo.
O micro-carma individual é responsável pelo intelectualismo e visão de mundo que todos construímos, e que se manifesta na vontade política dirigente que tem o poder de tomar decisões que tanto podem provocar a eclosão da Terceira Guerra Mundial como gerar uma convivência mais pacífica entre as nações.
Outro exemplo é o estilo de vida que todos escolhemos para esgotar os recursos naturais da Terra e causar a destruição da vida, ou podemos mudar nossos hábitos destrutivos e, portanto, o impacto negativo que causamos no meio ambiente.