Você sabe o que são líquens?
Esta forma de vida lembra as plantas por sua forma e seu habitat: líquens moram em árvores, gramados, florestas e vários tipos de terrenos.
Mas, os líquens tem morfologias e características únicas.
Os fungos responsáveis pela formação do líquen são em sua maioria ascomicetos e o restante basidiomicetos.
Ascomicetos – os ascomicetos são fungos da classe Ascomycota que produzem seus esporos em esporângios chamadas ascos. Do seu grupo monofilético pertence a maioria de formas liquenizadas, anamórficas e leveduras.
Basidiomicetos – são os fungos mais vulgares. Entre eles estão os cogumelos de chapéu, o cogumelo comestível, a ferrugem e a fuligem.
Os basidiomicetos se distinguem dos demais por produzir debasidiósporos que se formam de uma estrutura esporífera, denominada basídio.
As algas associadas a este mecanismo natural são clorofíceas (algas verdes) e cianobactérias (bactérias que conseguem energia para viver através da fotossíntese). Os fungos deste processo recebem o nome de micobionte e a alga, fotobionte.
O líquen apresenta natureza dupla com o cultivo de forma separada dos seus componentes.
Quando associados, os fungos tem formas diferentes daquelas que teriam se estivessem isolados dessa associação. A maioria do corpo do líquen é formado pelo fungo.
A palavra líquen vem do termo grego leichén que significa erupção da pele, excrecênca calosa e lepra que vem de leíkho lamber, que traduzido para o latino significa lichen.
O líquen é formado em talos, sendo três específicos:
A simbiose que existe na vida do líquen é tema de debate entre os cientistas até hoje. Uns afirmam que o fungo é considerado um parasita do fotobionte devido aos seus haustórios penetrarem a célula da alga para controlar seu processo reprodutivo.
Mas em muitos casos, a alga por si só, não sobrevive em um habitat ocupado da mesma forma que um fungo isolado não sobrevive. Devido à isso, alguns cientistas defendem uma relação mútua. Cada espécie de líquen tem um fungo de característica diferente.
E nesta diferença que os líquens são classificados. Isto é possível verificando a estrutura do talo e órgãos reprodutivos. Existem mais fungos micobiontes são mais numerosos que os fotobiontes e uma alga pode ser parte de líquens diferentes.
A maioria dessas algas podem existir e sobreviver isoladamente, mas quando fazem parte de um líquen, sua expansão é maior que quando isolada.
O fungo microbionte consegue através da simbiose seu alimento produzido pelas algas através da fotossíntese que são açúcares e polióis. O fungo protege a alga formando uma superfície externa mas mantendo o interior do talo úmido. O que vai resultar num ambiente propício para o bom e forte desenvolvimento da alga.
É através do hifasesepciais, chamadas de apressórios ou haustórios que o fungo consegue o açúcar que entra em contato com a parede celular da alga. O fungo pode produzir uma espécie de substância que tende a aumentar a permeabilidade da parede celular da alga, sendo possível que ele obtenha até 80% do açúcar.
O microbionte consegue viver em ambientes inóspitos e com muito poucos nutrientes dos quais se alimenta, tendo como exemplo, as rochas. Seu metabolismo resulta em uma substância corrosiva no ambiente, geralmente ácidos orgânicos.
Os líquen não tem estruturas de reprodução sexuada. O micobionte forma basidióporos, ascósporos e conídios. As estruturas que seriam as sexuadas tem forma de apotécio. Germinam os esporos formados pelos fungos do líquen que sempre entram em contato com alguma clorofícea ou cianobactéria.
O fotobionte se reproduz de forma vegetal, vegetativamente. O líquen se reproduz de forma assexuada por sorédios, propágulos contendo células de algas e hifas do fungo. E também por isídios, parecidos com verrugas que são projeções do talo. O líquen também consegue se reproduzir por fragmentação do talo.
Os sorédios são carregados pelo vento para lugares distantes, propagando o líquen em vários lugares.
Os líquens tem uma vasta e ampla distribuição nas mais diferentes regiões do mundo. São chamados de organismos pioneiros devido a sua sobrevivência em locais em total estresse ecológico.
Isto é por causa de ter uma alta capacidade de dessecação de sua estrutura morfológica. Quando um líquen conclui seu processo de dissecação, a fotossíntese é imediatamente interrompida. A partir daí, o líquen não sofre devido a muito luminosidade, escassez da água ou altas temperaturas.
Os líquens se forma em rochas, no solo, em folhas, troncos de árvores e picos alpinos como por exemplo, o monte Everest. Para que o líquen tenha sucesso em sua sobrevivência, é obrigatório que o ar seja límpido, pois o líquen tem sensibilidade a radiação e dióxido de enxofre.
Em alguns locais, o crescimento do líquen só acontece na parte das pedras ou árvores que se posicionam ao lado nascente do sol, devido à isso, também são conhecidos como indicadores cardinais leste-oeste e aparece somente em locais sem poluição.
Os líquens produzem ácidos que são responsáveis pela formação do solo e degradação de rochas. Ácidos esses que tem ação antibiótica e citotóxica. Quando é associado a uma cianobactéria, os líquen se tornam fixadores de nitrogênio que abastecem o solo.
Como descrito anteriormente, os líquens são sobreviventes sensíveis a dura poluição. Ele é usado como indicador da qualidade do ar e até nas quantidades de metais pesados em áreas industriais.
E também é usado como alimento para algumas espécies de animais como por exemplo as renas e os caribus. Outras espécies de líquens podem ser usados na fabricação de corantes.
Sua tonalidade de cor pode ter variações em suas cores, entre elas, branco, preto, vermelho, laranja, marrom, amarelo e verde. Os líquens também tem sua utilidade para fazer perfumes finos e geleias.