Como regra geral, não prestamos muita atenção às palavras tóxicas que usamos. Pensamos que as escolhemos ao acaso, conforme as circunstâncias exigem, mas está realmente provado que cada um de nós tem uma forma única de falar, como se fosse uma “impressão digital verbal”.
Sem dúvida, as palavras têm um impacto poderoso porque não servem apenas para descrever o planeta, mas acabam criando o nosso planeta. A Programação Neurolinguística aborda a relevância das palavras na construção de nossos modelos de planeta. O diálogo que temos conosco acaba se transformando em verdade absoluta, por isso é fundamental que não o deixemos a cargo dos estereótipos sociais ou dos cânones que nos foram incutidos na infância.
Frequentemente afirmamos que nos sentimos culpados, mas não temos consciência das repercussões dessa palavra. Sentir-se culpado implica aceitar que há algo de errado conosco, que algumas de nossas peculiaridades como pessoas não são convenientes, o que produz um profundo sofrimento existencial.
Devemos usar palavras bem mais precisas, como “Lamento o que fiz”, o que significa que nosso comportamento foi inadequado, mas não que haja algo terrivelmente errado conosco.
Henry Ford disse que “o fracasso é uma grande oportunidade para recomeçar com mais inteligência”. O fracasso realmente não existe, existem apenas experiências de vida que nos conduzem por um caminho ou outro.
Meditar sobre o conceito de fracasso significa aceitar a escala de medição da sociedade e se conformar aos seus padrões de sucesso, de forma que, se não nos encaixarmos, aceitemos que falhamos. Portanto, em vez de conversar sobre o fracasso, devemos conversar sobre “experiências de vida”.
A palavra “dever” é um dos nós mais fortes que nos amarram, inventado pela sociedade para produzir um sentimento de culpa quando não queremos fazer algo, quando nossos impulsos e desejos vão apenas na direção oposta e não encontramos nenhum benefício neste ato.
Muitas pessoas arruinaram suas vidas porque sempre e em todas as circunstâncias usaram o “devo” em vez do “eu quero”. A desvantagem do “dever” é que ele nos faz funcionar como andróides, nos levando a fazer algo que não temos vontade de fazer.
A solução é encontrar o significado e obter o “necessário” para se tornar “desejar”. Descubra o que você ama e deixe as pessoas ao seu redor fazerem isso também.
Não se trata de abraçar o positivismo ingênuo, é essencial ser realista. No entanto, usamos a palavra “impossível” com mais frequência do que o aconselhável. E é que muitas vezes ocupa o lugar de “improvável”.
Em nosso psiquismo, transformamos o “improvável” em “impossível”, e assim fechamos um mundo de possibilidades que, embora pequeno, pode levar ao sucesso com empenho.
Em qualquer caso, é melhor meditar sobre as probabilidades do que aceitar palavras lapidares como “nunca” ou “impossível”. Confúcio nos oferece uma ideia para aceitar esse desafio: “Quando a meta parece impossível, não mude a sua meta; procure uma nova forma de chegar lá”.
O ódio é uma das emoções mais malignas que existe, pois acaba causando enormes danos, principalmente em quem o vivencia.
É claro que o ódio existe, não podemos suprimi-lo, mas devemos garantir que sejamos consideravelmente mais específicos ao catalogar nossas emoções. Provavelmente, o que classificamos como ódio é realmente ressentimento, frustração ou raiva, rotulá-lo como ódio fará com que ele prospere e se transforme verdadeiramente naquela emoção que rouba nossa paz.
O lado negativo dessa palavra é que geralmente sai da nossa boca quando tentamos reprovar alguém: “você sempre se comporta assim”, ou quando tentamos proteger algo: “sempre fizemos assim”. Porém, é uma palavra que não se ajusta à realidade, simplesmente pelo fato de que as coisas estão em constante mudança.
Sempre e em todos os momentos, ele tende a esconder a resistência à mudança, o desejo de se apegar ao passado e a negação da evolução. Portanto, é essencial que usemos essa palavra com muito cuidado.
Da mesma forma que “sempre” nunca é uma palavra imóvel que não reflete fielmente a realidade, que está em constante mudança.
Esta palavra é o reflexo de uma visão forte que nos fecha para os novos caminhos que podem surgir diante de nós. Permanecer aberto às mudanças é essencial porque nos permitirá nos adaptar, meditar que algo nunca pode acontecer pode levar a uma grande decepção.
A palavra tem implicações muito negativas pelo fato de a associarmos a obstáculos e contratempos. Quando o incluímos em nosso diálogo interno, nosso cérebro reage imediatamente, disparando todos e cada um dos alarmes e produzindo um estado de opressão e ansiedade.
Podemos ressignificá-lo, assumindo que realmente é uma ocasião, ou podemos aceitar um caminho mais fácil e substituí-lo diretamente pela palavra “desafio”. Cada uma das desvantagens, no fundo, são apenas desafios que implicam que mudamos alguma coisa. Podemos escolher entre olhar para o seu aspecto negativo ou destacar a possibilidade de mudança.
Milton Erickson afirmou que “um dia sem data é apenas um sonho”.
Se você é uma daquelas pessoas que sempre e em todas as circunstâncias afirmam “um dia eu farei isso”, isso significa que você colocou seus projetos vitais em espera. Essas palavras tendem a esconder o medo do fracasso, de sair da zona de conforto ou a falta de confiança nas próprias habilidades.
Se realmente queremos algo, devemos nos comprometer e fazer um plano de ação. Caso contrário, qualquer dia se transformará em nunca.
Dizer que vamos fazer algo que costumamos fazer significa que não estamos suficientemente seguros, que não estamos suficientemente comprometidos e / ou que não somos suficientemente capazes.
Em qualquer caso, significa começar com o pé esquerdo. É verdade que nem sempre e em todo momento as coisas correm como planejado e que nem sempre e em todas as circunstâncias podemos atingir os objetivos que nos propusemos, mas devemos começar com uma atitude positiva.
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Como junção de tudo..."eu faço o que está ao meu alcance"...acho sofrível...devemos focar no que precisa ser atingido...e dizer "eu faço o meu melhor"...
As pessoas precisam entender que quando fazem apenas o que está ao alcance...estão delegando as outras o que não está...desta forma...se alguém as cobra algo...se sentem ofendidas...mas não notam que ofendem quando não fazem esforço e delegam "aos outros" o que precisa ser feito...